PRESENTE DE GREGOUm incêndio de grandes proporções destruiu na madruga da segunda-feira (21) o Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, localizado na Avenida 2 com rua 7, região central. Para as autoridades, isto se constituiu um problema. Mais um. Que, provavelmente, como tantos outros, de mais ou menos importância que ficará sem solução. Para a cultura e a história de Rio Claro, preste completar 183 anos, o estrago está feito. E é irreversível. O Museu, como era carinhosamente chamado pelos rio-clarenses, sempre foi um daqueles filhos de Rio Claro, amado por seus irmãos, os munícipes, e encarado como filho problemático pelas autoridades que se não eram os seus pais, eram os seus tutores. Ao menos deveriam. Fechado há vários anos para visitação pública, o Museu teve a primeira etapa de sua reforma concluída em 2005. E a segunda... Nem precisará. O local tinha sua história intimamente ligada à da Cidade Azul assim como o Teatro Phoenix, o Casarão dos Azulejos Portugueses, ambos igualmente destruídos, não por um incêndio, mas pela especulação imobiliária que devastou, sob os olhos morosos das autoridades, a rica história e cultura, então existentes na região central de Rio Claro. Ali, onde funcionava o Museu Amador Bueno da Veiga, fora o Solar da Baronesa de Dourados, cujo mobiliário, permanecia preservado, em recinto exclusivo no pavimento superior do prédio. Fora também sede do Tiro de Guerra. Ali, a saga dos rio-clarenses que participaram da Revolução de 32, estava contada através de objetos e documentos que narravam o envolvimento dos rio-clarenses com a causa pela qual se lutava. Também importante e significativo material sobre o Movimento Integralista, levado adiante por Plínio Salgado e com forte penetração em Rio Claro, e que era objeto de estudo e pesquisa da parte de historiadores e pessoas de todo o Brasil interessadas no assunto. Devido sua importância, o Museu Amador Bueno da Veiga deveria ser mais bem cuidado, melhor protegido, e talvez isso evitasse o seu triste destino. O lamentável episódio chama a atenção e desperta para a necessidade do cuidado e do zelo que não teve o Museu, passem a ter o Centenário Gabinete de Leitura e o próprio Arquivo Histórico de Rio Claro. Afinal, até onde se sabe a cidade possui, uma Guarda Municipal e uma Vigilância Patrimonial e uma Secretaria de Segurança, à qual, ambas estão subordinadas. É bem verdade que aos menos avisados, aqueles que em cujas mentes e corações ainda não despertaram a importância para um povo da preservação de sua cultura e sua história, o fato pode ser encarado até como irrelevante. Mas, nossos filhos e netos, certamente pensarão o contrário, quando procurarem informações a respeito de suas origens e seus antepassados para entender o seu tempo presente, e não encontrarem. J. Costa Jr. é escritor e apaixonado por história e cultura http://www.autores.com.br/JCostaJr/ http://www.passaaregua.blogspot.com/ Fotos: Repórter fotográfico Jaburu (www.canalrioclaro.com.br) |
via: e-mail do amigo Geraldo José Costa Junior
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